Médico Oncologista Erechinense esclarece sobre o câncer de pele, diagnóstico e tratamento.
Desde 2014, a Sociedade Brasileira de Dermatologia promove o Dezembro Laranja, iniciativa que faz parte da Campanha Nacional de Prevenção ao Câncer da Pele. Desde então, sempre no último mês do ano, são realizadas diferentes ações em parceria com instituições públicas e privadas para informar a população sobre as principais formas de prevenção e a procurar um médico especializado para diagnóstico e tratamento. O câncer da pele é o tipo da doença mais incidente no Brasil, com cerca de 180 mil novos casos ao ano. Quando descoberto no início, tem mais de 90% de chances de cura.
CARCINOMAS CUTÂNEOS
CARCINOMA BASOCELULAR
Neoplasia de origem epitelial que apresenta células semelhantes a da camada basal da epiderme (núcleo basofílico, grande e ovalado). Corresponde a 80% dos cânceres de pele não melanoma.
Ocorrência muito frequente e incidência dobrada em relação a qualquer outra forma de câncer. Crescimento lento e insidioso raramente evolui para metástases.
Principal fator etiológico para o aparecimento desse câncer é a exposição à radiação ultravioleta normalmente após os 30 anos.
Arsênico, hidrocarbonetos (carvão da ulha, fuligem, asfalto, lubrificantes, óleos e parafinas ) também são fatores de risco.
Algumas doenças (lúpus, albinismo …) também podem causar o aparecimento desses carcinoma.
Locais comum de aparecimento das lesões : ossos maxilares, assoalho das órbitas, seio frontal, células etmoidais.
Considera-se recidiva o aparecimento da lesão em área previamente tratada entre 6 e 24 meses após o primeiro tratamento.
Sinais de alerta para uma recidiva : cicatrização de evolução lenta ou ulceração que não cicatriza, alteração na cicatriz endurecida, vermelhidão ou crosta ou ulceração do tecido.
Para a prevenção se recomenda o uso de filtro de proteção solar fator 30 ou superior aplicado 15 minutos antes de se expor ao sol e reaplicado a cada duas horas. Uso de guarda sol ou chapéu ajuda mas sem esquecer que 70% da radiação ultravioleta se reflete na areia, cimento, asfalto, quadra de tênis e superfície da água.
Já em relação ao tratamento o de primeira escolha sempre é o cirúrgico.
A radioterapia é o tratamento de segunda escolha nos casos dos que não são passíveis de cirurgia ou os que somente conseguem fazer cirurgia parcial ou para os que recusam cirurgia.
Casos refratários são passíveis de quimioterapia.
CARCINOMA ESPINOCELULAR
Neoplasia de origem epitelial caracterizada por apresentar diferenciação significativa da camada espinhosa da epiderme.
Crescimento muito mais rápido que o carcinoma basocelular (1 a 5 cm de diâmetro em poucos meses). Podendo evoluir com metástases. Mais frequente em mais expostos ao sol.
Segundo tipo de câncer cutâneo mais comum (20% dos cânceres de pele não melanoma)
Fator de risco é o tabagismo quando aparece em lábio ou boca
E raios ultravioletas nos outros locais
Recidiva é quando aparece de novo em área já tratada previamente em poucas semanas ou poucos meses após o primeiro tratamento
Diagnóstico é eminentemente clínico devendo ser relacionado o tempo de evolução, tempo de exposição solar e tabagismo, com biópsia para diagnóstico definitivo
Prevenção evitando sol em horários não recomendados e evitar tabagismo. Usar filtro solar com proteção solar UVA e UVB superior a fator de proteção solar de 30 mesmo em dias sem sol e sendo reaplicado a cada duas horas e também roupas de proteção solar.
Lesões que coçam, que descamam ou que apresentam sangramento, sinais ou pintas que aumentam de tamanho mudam de cor ou de formato ou feridas que não cicatrizam por mais de duas semanas devem ser consideradas suspeitas e avaliadas por especialista.
Tratamento de escolha sempre cirúrgico.
Doença que apresenta metástases o tratamento inclui radioterapia e em casos refratários quimioterapia.
MELANOMA
Entre as neoplasias cutâneas, o melanoma cutâneo é uma das mais temidas.
Estimativa de novos casos no Brasil: 8.450, sendo 4.200 homens e 4.250 mulheres (2020 – INCA)
Número de mortes no Brasil: 1.791, sendo 1.038 homens e 753 mulheres (2018 – Atlas de Mortalidade por Câncer – SIM).
Início insidioso, com índices de cura elevados se tratados nessa fase. Porém quanto mais tardio o início do tratamento seu prognóstico é reservado.
Grupos de risco para desenvolver melanoma : indivíduos de pele clara, indivíduos de cabelo claro, loiros ou ruivos ; antecedente pessoal de queimadura solar ou exposição solar intensa ou prolongada, antecedente pessoal e/ou familiar de melanoma cutâneo ; nevo congênito gigante, imunossupressão ; presença de múltiplos nevos ; presença de nevos atípicos, história de nevo com crescimento recente, sangramento, ulceração ou alteração de pigmentação ; bronzeamento artificial em indivíduos susceptíveis ou síndromes genéticas.
A biópsia deve ser excisional sempre que possível.
Uma regra adotada internacionalmente é a do “ABCDE” que aponta sinais sugestivos de tumor de pele do tipo melanoma:
Assimetria: uma metade do sinal é diferente da outra;
Bordas irregulares: contorno mal definido;
Cor variável: presença de várias cores em uma mesma lesão (preta, castanha, branca, avermelhada ou azul);
Diâmetro: maior que 6 milímetros;
Evolução: mudanças observadas em suas características (tamanho, forma ou cor).
Todo tratamento cirúrgico só deve ser programado após resultado da patologia.
Casos não resolvidos por essa técnica podem necessitar de radioterapia ou quimioterapia.
Por: Dr. Pablo Ribeiro