Produtor vê como positiva normativa do bem-estar animal na criação de suínos, mas preço da carne pode subir
O Brasil passou a ter, desde dezembro do ano passado, um regramento para as boas práticas de manejo e bem-estar nas granjas de suínos de criação comercial. As gaiolas de gestação, por exemplo, estão com os dias contados. Além das novas regras, grandes redes de restaurantes, varejistas e frigoríficos já anunciaram a intenção de passar a exigir o sistema de baias coletivas, o que tem feito com que os suinocultores tenham de se adaptar ao novo momento.
Conforme o produtor e o presidente da Associação dos Criadores de Suínos do Estado, Valdecir Follador, a Instrução Normativa (IN) 113, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) foi publicada em dezembro de 2020. Uma das mudanças mais significativas diz respeito ao sistema de alojamento de matrizes. Até então, as fêmeas eram mantidas em boxes do início ao fim da gestação, o que tem sido criticado por campanhas de diversas organizações internacionais. Agora, a manutenção destes animais em sistemas de alojamento individual está limitada a 35 dias. Após esse período, os animais devem seguir para baias coletivas.
De acordo com Follador, os suinocultores que possuem granja tem um prazo até 2045 para se adequar as mudanças, no entanto as granjas que começarem do zero, precisam iniciar já adaptados. O produtor vê com bons olhos a mudança e relata que a maioria dos criadores já tem essa preocupação com o bem-estar animal.
As principais mudanças, conforme Follador, é no alojamento das matrizes, na idade do desmame dos leitões que passa de 21 para 28 dias e os espaço físico para os animais ficarem mais confortáveis. De acordo com o presidente esses conceitos de bem-estar animal já são adotados pela maioria dos grandes criadores.
Follador destaca que uma outra normativa está sendo discutida entre a Associação dos Criadores de Suínos do Estado e o Governo Estadual para definir regras para o cercamento das propriedades. A medida define que ninguém pode entrar na propriedade, se não tiver ligação com a criação, evitar a entrada de animais de fora e, desse modo, evitar a propagação de doenças. Valdecir Follador ressalta a importância de todas essas mudanças, no entanto o preço da carne suína deve subir. Os criadores terão que investir para se adaptar as novas regras e isso vai ter que ser repassado ao consumidor final, já que essa é uma exigência dos próprios consumidores.
Créditos: Rádio Uirapuru