Produção de noz pecã aumenta ano a ano
Com 32 hectares dedicados ao cultivo de noz-pecã em Chapada, o produtor rural Carlos Scheibbe acredita que a safra que está na reta final deste ano deve superar as 4,5 toneladas. O volume é superior ao ano passado, quando a produção chegou 1,3 toneladas. No ano que vem a expectativa é que seja atingida a marca de 9 toneladas, mas a meta dele é colher até 60 toneladas em cinco ou seis anos.
A fruta não é produzida em grande escala na região. Scheibbe começou a investir há cerca de 10 anos, com apenas cinco hectares. Hoje já possui em torno de 5,2 mil nogueiras e agora a ideia é investir em irrigação. “Eu havia projetado colocar irrigação quando todo o pomar estivesse estabelecido, mas depois de visitar outros pomares decidi que este será o próximo passo. Não tem como não investir em irrigação.
Ele conta que a safra de 2020 foi prejudicada porque na época da polinização, que diferente da soja é feita pelo vento, teve muita chuva. Depois foi a vez da estiagem atrapalhar a produção. “Este ano a produção está bem melhor”, comemora.
Quanto ao mercado para o produto, Scheibbe destaca que 90% do que é consumido no país ainda é importando, mas nota-se um interesse gradativo no aumento de área para a cultura. Segundo ele, a maioria dos produtores está no sul do país, uma vez que a nogueira precisa de muitas horas de frio para se desenvolver.
“Se está consumindo quase três vezes mais do que é produzido, mas tem muita gente que está investindo nisso em grupos, formando áreas maiores, algumas com até 120 hectares”, comenta ele, acrescentando que o retorno do investimento é demorado.
No Rio Grande do Sul, estima-se que existam 8 mil hectares dedicados à noz pecam, no entanto, somente metade está produzindo, uma vez que existe um tempo hábil para que a nogueira comece a produzir comercialmente.
Scheibbe, que já foi presidente do Sindicato Rural de Carazinho, foi o primeiro presidente da Associação Brasileira de Produtores de Noz Pecã, criada recentemente
“Estamos trabalhando bastante com a possibilidade de exportação, principalmente para a China e os países asiáticos. Estamos abrindo mercado. A Confederação Nacional da Agricultura tem dado apoio para o desenvolvimento de outras culturas que não são as commodities. Já tem programas de incentivo, até porque existe muita agricultura familiar nisso”, apontou.
Em áreas grandes como é a de Scheibbe, a colheita é feita de forma mecanizada, mas em pomares menores, ainda é de forma manual, com o uso de varas.
Fonte: Diário da manhã