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Preço da gasolina sofre novo reajuste

O reajuste nos valores da gasolina feito pela Petrobras e anunciado no final de agosto vem causando grande impacto na economia brasileira. O valor médio do litro da gasolina subiu de R$2,69 para R$2,78, sofrendo uma alta de 3,3%.

– O custo de produção, ou da refinaria, ou da importação, equivale à, aproximadamente, 30% do custo final. Depois nós temos o custo do biocombustível, o anidro que é adicionado à gasolina, que varia de 10% a 12%. Depois nós temos ICMS, 30%. Depois, CID, PIS e Cofins, que são valores que se aproximam, no preço final, 12% a 17%. Depois temos logística, a margem da distribuição e a margem da revenda. Percentualmente, o nosso custo tributário chega a quase 50% do custo final”, afirmou o presidente do Sulpetro, João Carlos Dal’Aqua, em nota à imprensa.

O acumulado de 2021 já passa de 50% e o Rio Grande do Sul já se estabelece como um dos estados com maior média de preço no país, sexto maior do Brasil, segundo um levantamento da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). Em Frederico Westphalen, o valor chega a R$ 6,98.

– Baseado na oferta de mercado pode ser que nos próximos dias tenhamos uma oscilação mais forte nos valores de mercado. Nós trabalhamos com uma margem preestabelecida há anos. Mesmo com o aumento do combustível desde o início da pandemia onde, em um primeiro momento, os preços caíram, depois começou a elevar cada vez mais. Hoje em dia atingimos um patamar de 50% acima do que era até dois anos atrás. Para o nosso comércio, e acredito que para todos que trabalham no ramo do combustível, é extremamente prejudicial com esses aumentos elevados no preço da gasolina. Nós trabalhamos com uma margem de capital de giro e quanto mais caro é o preço do combustível, mais caro passa a ser o seu estoque, ou seja, também sofremos esse impacto como empresários –, destacou o administrador do Posto Hermes, André Cassol Hermes.

O Grupo Hermes está presente no comércio de combustíveis há mais de 50 anos, uma empresa familiar que se destaca no mercado pelo comprometimento e responsabilidade. André também destaca sobre a realidade salarial, onde a maioria das famílias frederiquenses possui valores salariais abaixo da média e, muitas vezes, se torna incompatível a soma dos custos adicionais.

– Hoje, a renda média não é proporcional ao preço do combustível e muitas pessoas vêm buscando novas formas de se locomover, pois nem todo mundo consegue tirar do bolso para subsidiar esses custos. Então, acredito que seja um impacto negativo tanto para o consumidor, como para o empresário. Mas estamos aqui para ouvir e compreender o nosso consumidor e tudo que estiver ao nosso alcance para ajudar e incentivar, sempre buscaremos estar presentes nestas ações –, enfatizou André.

O economista Adriano Reis observa a relação do valor do salário mínimo e os gastos básicos. “O salário mínimo é de R$ 1.100 e, para o próximo ano, tem-se a perspectiva de um reajuste para R$ 1.177. E como mesmo diz o nome, é um valor mínimo de sobrevivência. Se analisarmos o valor estabelecido e as contas básicas do dia a dia, tais como, estudo, moradia, combustível e alimentação, é extremamente baixo e acaba impactando a economia como um todo. Com o aumento do combustível é importante analisarmos todos os recursos que temos disponíveis para ver que as contas não fecham em muitos casos –, destaca.

Segundo o economista, no Rio Grande do Sul, o combustível é tributado em 30% e a expectativa atual é de um retorno para 25% em janeiro de 2022. Conforme as políticas da Petrobras, para reajustar o preço nas refinarias, a fórmula inclui quatro elementos como variação internacional do barril do petróleo, cotação do dólar em reais, custos de transporte e uma margem definida pela companhia, que funciona com um seguro contra perdas.

– Quando colocamos no papel todos esses reajustes, não é uma equação fácil de fechar, de um lado temos os custos das empresas e a margem de lucro e do outro, o que é ofertado para a população. Boa parte dessa inflação sempre irá impactar na nossa realidade. O combustível tem relação direta com o petróleo, ou seja, impacta primeiramente no valor do dólar e, dessa forma, se analisa o câmbio e o custo de produção, os quais, vão determinar o preço final da gasolina e do gás de cozinha e, infelizmente, o mercado do petróleo sofre uma forte variação em um espaço muito curto de tempo. Além disso, não podemos esquecer dos tributos, dos impostos que incidem sobre eles –, finalizou Reis.

 

Fonte: Folha do Noroeste

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