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Produção de mel no RS deve manter mesmo patamar na safra 2021/2022

Apesar da estiagem que provocou quebra de safra em diversos tipos de culturas, a produção de mel no Rio Grande do Sul deve se manter estável em comparação com anos anteriores. Foi o que informou o assistente técnico em Produção Animal da Emater/RS-Ascar João Alfredo Sampaio, durante reunião da Câmara Setorial de Apicultura da Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (Seapdr), realizada nesta terça-feira (11/04).

“De formal geral, toda vez que se tem falta de chuvas, a tendência é que o volume e a qualidade do mel produzido aumentem. Porém, temos um estado muito grande, de regiões que foram muito prejudicadas pela estiagem e, por isso, alguns enxames perderam produtividade. Para uma região a produtividade melhorou e para outras, nem tanto assim. No somatório geral, não vimos mudança”, avaliou. Os dados de produção de mel para 2021 ainda estão sendo computados pelo IBGE. Em 2020, o Rio Grande do Sul produziu 7.467 toneladas métricas de mel.

A desigualdade regional na produção de mel foi corroborada pelo presidente da Federação Apícola do Rio Grande do Sul (Fargs), Ademir Haettinger. Em relato pessoal, o apicultor, que vive em Bossoroca, região Noroeste, contou que sua produção de mel este ano foi metade do ano passado, indo de 26 quilos no tambor para 13,5 quilos. “Aqui passamos por mais de quatro meses de estiagem, então as árvores morreram, perderam folhas. Por isso é importante termos mapas regionais para essas estatísticas”, destacou.

Potencialidades e principais entraves

João Alfredo apresentou durante a reunião as principais ações planejadas pela Emater/RS de apoio a apicultores e meliponicultores este ano. O planejamento da entidade prevê o atendimento a 244 municípios, beneficiando 2.794 apicultores e 98.666 colmeias. As ações previstas são orientações sobre manejo e comercialização, contato com 73 associações e cooperativas de produtores, promoção de palestras e formação de apicultores em centros de treinamento.

Já na meliponicultura, 90 municípios deverão ser abrangidos, com atendimentos a 806 meliponicultores e 799 colmeias. Ações educativas, orientações sobre manejo e comercialização, além de atuações conjuntas com associações de produtores estão entre as ações previstas.

Entre as potencialidades da apicultura no Estado, Sampaio lista a possibilidade do aumento na exportação, pelo fato de o mel gaúcho ser encarado de forma diferenciada, por ser considerado orgânico pelo mercado internacional. Já a meliponicultura tem a possibilidade de ampliar o número de famílias nessa atividade, que hoje conta com 16 mil famílias e 80 mil colmeias. Dessas famílias, mais da metade, 8.986, também coletam mel, podendo potencializar o mercado de mel de melíponas. Além disso, a meliponicultura traz a importância da polinização e da educação ambiental para promover a sustentabilidade.

Conforme o assistente técnico, entre os entraves da apicultura no Rio Grande do Sul estão: necessidade de uniformizar a tecnologia de produção, em um cenário composto por 60% de pequenos produtores; fortalecer associações; elaborar legislação específica para o setor; verificar o uso de agrotóxicos; e reverter o quadro de eliminação das plantas nativas. Para a meliponicultura, os entraves são: desmatamento e uso de agrotóxicos; proliferação desordenada de pragas ou predadores naturais; elaboração de legislação para criação e coleta de enxames e regularização de produtos para venda; dificuldade de acesso aos produtos da meliponicultura; falta de assistência técnica, políticas públicas e de cultura de manejo e uso de produtos da meliponicultura.

O analista de competitividade setorial do Sebrae, Fabiano Nichele, também apresentou informações sobre fatores críticos de sucesso e gaps de competitividade no setor apícola gaúcho. Nichele mostrou linhas gerais do programa Juntos para Competir, ação integrada entre Farsul, Senar e Sebrae que tem por objetivo promover o desenvolvimento das principais cadeias produtivas, focando na melhoria dos processos produtivos, gerenciais e agregação de valor ao produto final.

A carteira de projetos do programa conta com seis unidades pelo Estado, atendendo a 290 apicultores. Os indicadores avaliados pelo programa são a produtividade por quilo, por colmeia, ao ano; lucro bruto, margem de contribuição e valor agregado; receita total, faturamento bruto e venda total; e quilos comercializados por ano. As ações são agrupadas em áreas de consultoria de gestão, mercado e consultoria tecnológica. “Temos um potencial grande a explorar, tanto no aumento das exportações quanto no mercado interno”, concluiu.

Participaram da reunião representantes das seguintes entidades: Associação Gaúcha de Empresas Florestais (Ageflor), Casa Civil, deputado Zé Nunes, Emater/RS-Ascar, Federação Apícola do Rio Grande do Sul (Fargs), Federação das Associações de Municípios do Rio Grande do Sul (Famurs), Frente da Apicultura da Assembleia Legislativa, IBGE, Ministério da Agricultura, PUCRS, Sebrae, Secretaria de Meio Ambiente (Sema), UFRGS e Unipampa.

Fonte: Secretaria da Agricultura do RS

 

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